domingo, 29 de abril de 2012

Em Barra Bonita com os Viageiros

Voltamos para a estrada no feriado de 21 de abril, quase dois meses depois de chegarmos da Bahia. O destino escolhido não poderia ter sido melhor - Barra Bonita, no interior de São Paulo, na companhia dos Viageiros.
Tomamos conhecimento deste moto clube durante a preparação para a viagem até Arraial d'Ajuda. Formado por motociclistas de vários lugares e diferentes máquinas, o grupo tem como lema "a amizade não se mede em cilindradas". Para os Viageiros, mais importante do que a marca, a potência e a pegada da moto é o prazer de desfrutar bons momentos ao lado de pessoas de bem com a vida em lugares bonitos e interessantes.
Nós, que só os conhecíamos por meio do fórum virtual (www.viageiros.forumeiros.com), fizemos questão de estar presentes neste passeio que integra o calendário oficial do moto clube.
A valer o tempo fechado e chuvoso que nos acordou na manhã de sábado e prosseguiu durante a manhã toda, o fim de semana tinha tudo para ser um mico.
Paramos em um posto na entrada de Assis, já em São Paulo, por quase uma hora, esperando a chuva dar uma trégua. Na ausência de qualquer sinal de melhora seguimos viagem, embora a Juliana estivesse com vontade de voltar dali mesmo. Chegamos encharcados em Barra Bonita às 14h, depois de seis horas debaixo de chuva. As roupas impermeáveis reprovaram no teste, o que é compreensível. Foi muita água.
E haveria mais, já que o programa principal do passeio era subir o rio Tietê e cruzar a primeira eclusa a entrar em operação na América Latina. Mas desta vez nós estaríamos seguros e secos dentro do barco.
Enfim, um final de semana super agradável, interessante e muitíssimo divertido. E o primeiro encontro de vários, com certeza.




O rio Tietê é utilizado para o turismo e transporte de cargas, como milho, soja, cana de açúcar, álcool, calcário etc. Parte da safra de soja produzida em Goiás e embarcada no porto de Santos sobe o rio Tietê e passa em Barra Bonita.
São cinco mil toneladas do grão divididas em quatro barcaças, volume que demandaria 186 carretas para ser transportado por terra. A travessia do extenso comboio já causou alguns problemas nas bases da ponte que liga Barra Bonita à Igaraçu do Tietê, razão pela qual a Marinha instalou um 'protetor' à base de cimento, areia e pneus para evitar o contato da barcaça na estrutura da ponte.


Inaugurada em 1973, a eclusa de Barra Bonita foi a primeira a entrar em operação na América Latina. Ao todo, o rio Tietê possui oito eclusas. A construção destes "elevadores" tornou o rio navegável desde a região de Conchas até a foz no rio Paraná.

A eclusa de Barra Bonita é do tipo padrão do médio Tietê com 147 metros de comprimento, 12 metros de largura e 26 metros de desnível. O "elevador" comporta até três embarcações de turismo simultaneamente.
Eclusas são basicamente enormes câmaras que ao serem enchidas com água elevam as embarcações e as abaixam ao serem esvaziadas. O processo de eclusagem usa exclusivamente a força da gravidade para o seu funcionamento.

A porta de entrada da eclusa é uma chapa única de aço e pesa 180 toneladas. Depois de fechada, ela segura cinquenta milhões de litros de água que enchem a câmara, elevando os barcos para o nível superior do rio 26 metros acima. 
O processo dura 12 minutos e, embora seja rápido, é muito suave para quem está no barco. 
Para entrar na eclusa, o comandante reduz a velocidade do barco, que navega em média a 15 quilômetros por hora para 8 km/h. Para sair, o velocímetro sobe a 12 km/h.

Todos os barcos que cruzam a eclusa são amarrados em um dos lados da câmara, para evitar que fiquem boiando ao sabor da força da água. Taí um autêntico nó de marinheiro!

As duas portas, ambas de aço e cada uma com 90 toneladas estarão cobertas pela água ao final dos 12 minutos.

Aqui, o reflexo da porta em um momento de céu claro.

Como um elevador, a eclusa abre a porta quando chega ao destino. Quatro oficiais da Marinha que se revezam em turnos comandam a abertura e fechamento da eclusa para os barcos cargueiros e de passeio. Eles também são os responsáveis por passar aos comandantes dos barcos todas as informações relativas ao tempo e orientar a entrada e saída da eclusa.


Uma vez do lado de fora, é hora de curtir o passeio pelo rio.

Alguns dos Viageiros, entre eles Munhoz, Bessa, Adriana, Fernando, Paulo, Denise, Sandra, Simone, Marisa e Rogério. Uma turma animada que dá gosto.
 
Biguás, outra turminha boa que nos acompanhou durante todo o passeio.

Munhoz deixa a marca dos Viageiros na kombi de um dos participantes do encontro de motociclistas que estava sendo realizado em Barra Bonita.

Hora de voltar para casa, com boas lembranças na bagagem.

Viajamos na companhia de Luiz Fernando/Jaqueline e Nivaldo/Cida, de Maringá e Arapongas, que foram até Barra Bonita para o encontro de motociclistas. Ficamos hospedados no mesmo hotel e nos conhecemos ali, a quase 500 quilômetros de casa. Para compensar o chuvaréu de ontem, a tarde de domingo foi de muito sol.

E o dia terminou assim, lindo, iluminado e feliz.