Julho chegou e com ele o tão esperado encontro do Viageiros Moto Turismo em Jardinópolis-SP, na casa do Bessa, aquele que acha que Maringá é Londrina, rs. Bessa é o coordenador da regional Ribeirão Preto do grupo e preparou uma festa que já marcou a minha história.
Planejamos a viagem por mais de um mês, e os últimos preparativos ficaram para a semana que antecedeu os dias 7 e 8. O combinado era sair às 4h30 para chegar a tempo de almoçar com os colegas que estavam vindo de São Paulo, Minas e Rio. Tudo estava certo, mesmo com a virada do tempo que desaguou uma chuva boa no final da tarde de sexta e madrugada de sábado. O único imprevisto foi a desistência da Juliana. Acometida por uma tendinite na mão direita no meio da semana, ela preferiu não viajar a correr o risco de ser má companhia. Confesso que a viagem perdeu um pouco a graça, mas tenho certeza de que ela ficaria muito pior caso eu não fosse.
Preparei a moto na sexta à noite. Às 4h50 me despedi da Juliana e parti para os 580 km até o destino.
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Nos primeiros 100 quilômetros, entre Maringá e Londrina, havia muita neblina. Vencida essa etapa, a chuva recomeçou e exigiu atenção redobrada. Cruzei a divisa com São Paulo debaixo de chuva, e além dela tive de desviar dos muitos buracos no asfalto - verdadeiras "panelas". Às 9 horas, em Marília, 300 km rodados reabasteci pela primeira vez e tomei um bom café para repor as energias.
Voltei para a estrada com o tempo nublado, mas sem buracos. Em alguns trechos a pista era duplicada e os pedágios liberados para motos. Isso anima qualquer motociclista a viajar.
Completei os 580 km às 11h30. Pelo telefone o amigo Bessa indicou o endereço do restaurante onde todos os integrantes do grupo já estavam esperando para almoçar.
Fiquei impressionado com a quantidade e a variedade de marcas e cilindradas das motos estacionadasa, e tive a certeza de estar entre os Viageiros, grupo que tem como lema "a amizade não se mede em cilindradas."
Depois de apresentado a alguns integrantes com os quais só tenho contato pelo fórum virtual fomos nos servir da farta, saborosa e apetitosa comida na Fazendinha. Foi impossível provar os mais de 20 pratos quentes, saladas e sobremesas.
Depois do almoço fomos para o hotel deixar as bagagens e às 16h30 participamos de um curso sobre conduta ministrado pelo Zuffo, presidente dos Viageiros.
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Após o curso finalmente fomos para o hotel descansar um pouco antes da grande festa na casa do grande Bessa. Totalmente ambientada nos anos 70, 80 e 90, só podia entrar quem estivesse de peruca. Para os homens, black power. Para as mulheres, chanel amarelinha.
A noite foi muito agradável e divertida, com muita brincadeira, risadas e boas histórias. Tive a sensação de estar em família, tamanha era a alegria e carinho do grupo. Ouvir as histórias do Zerob, contando com emoção as viagens internacionais e nacionais somente confirmou minha vontade de conhecer muitos lugares.
Conhecer e conversar com o Duarte fundador dos Viageiros e ouvir os motivos da criação deste grupo contado com tanto orgulho e admitido que não imaginava que chegariam onde estão. Matendo os princípios de amizade, humildade e união que foi o grande motivo de seu surgimento.
No dia seguinte arrumei a bagagem e preparei a moto para pegar a estrada. Antes passamos na igreja matriz para recebermos a benção do padre aos pilotos e suas motos para a volta para casa com segurança e saúde.
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Segui junto com Zerob e esposa nos primeiros 100 km. Nos despedimos de todos e seguimos para nossos destinos.
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Era meio-dia e o sol brilhava forte. A estrada estava maravilhosa, simplesmente um tapete que permitiu curtir o verdadeiro espírido de viajar de moto, aquela sensação de liberdada. Ao final do percurso comum, nos despedimos e segui novamente sozinho, viajando nos meus pensamentos e curtindo a estrada.
Como é interessante conhecer pessoalmente pessoas com as quais mantemos contato apenas pela internet. Qualquer possibilidade de interpretação equivocada sobre algum comentário se desfaz ao primeiro aperto de mão. Olhando nos olhos, algumas idéias são desfeitas e outras formadas. Posso dizer que só tive boas e agradáveis surpresas com a simplicidade, alegria e humildade dispensadas a mim nos dois dias em que estive tão bem acompanhado.
Na entrada de Assis-SP o GPS parou de funcionar. Tentei fazer algo, mas ele ficava desligando sozinho. É impressionante como ficamos reféns desses aparelhos eletrônicos depois de começar a usá-los, mas nada que um pouco mais de atenção às sinalizações das placas não resolvesse.
Cheguei em Maringá às 19 horas, depois de sete horas pilotando e 1.286 km rodados. Afirmo que, pelas pessoas que conheci, pelas que revi e pela demonstração de carinho com que fui recebido valeu cada quilômetro.
"Quem viaja tem história para contar."
Até a próxima aventura.