Uai, sô!

Segundona beeeem mineira. Frango ao molho no almoço, cafezinho no lanche e prosa que não acaba mais o dia inteiro.
À tarde passeamos um pouquinho pela cidade com a Ló, tia da Juliana. Não tínhamos ideia do tamanho de Governador Valadares e nos surpreendemos. É um grande centro regional, com ruas e avenidas compridas, arborizadas e trânsito problemático, com excesso de veículos e falta de vagas no centro.Cortada pelo rio Doce e encostada no Pico do Ibituruna, a cidade é um polo de esportes radicais, como canoagem e paraglaider.
Tivemos contato com Tião, amigo da Ló, que recentemente voltou da Bahia. Soubemos, por ele, que o trecho final até Arraial tem muitos buracos. Se tiver só buraco está ótimo - depois de ontem acho que isso não será problema. Tião também recomendou atenção redobrada com os caminhões.
Sobre isso, justiça tem de ser feita em relação a um comentário do post anterior. A paisagem da BR é muito bonita, com seus paredões rochosos por onde escapam filetinhos de água em meio à vegetação. Os olhos mais atentos conseguem perceber algumas quedas d'água, inclusive. Em muitos locais, a má conservação da rodovia é compreensível em razão da chuvarada de dezembro e do fluxo intenso dos pesados e "tonelados" caminhões, o que piora consideravelmente o asfalto. Até aí, tudo bem. O duro é ver, nestas condições, caminhões e carros pequenos ultrapassando em faixa contínua, nas curvas, em subidas e descidas, muitas vezes em alta velocidade, obrigando os motoristas que vinham na direção contrária a desviar pelos raros acostamentos. Há pequenas cidades em muitos trechos da rodovia e as pessoas circulam em um pedacinho de asfalto que deveria ser um acostamento, incluindo idosos e crianças.
Tudo isso e a gorducha rendendo maravilhosamente bem. Carregando 170 quilos, sendo 30 de bagagem, a moto subiu e desceu a serra na boa, em sexta marcha, sem exigir do motor mais do que ele podia dar, forte que só. Duca!
Há redutores de velocidade e pardais fixos em vários pontos e um único posto da Polícia Rodoviária Federal. Dependendo do lugar, se acontecer algum acidente ou um carro quebrar é dor de cabeça das grandes. Por isso ficamos tão bravos com os kamikazes, que aumentam o risco em uma estrada que, por si só, já é um perigo. Sorte que os moradores podem ir e vir até Belo Horizonte de trem. Acho que da próxima vez faremos
isso. Deixaremos a gorducha em BH, subiremos de trem e voaremos antes de cair no rio.


Vamos refazer os baús e descansar, porque amanhã é dia de mar.